“O termo suicídio tem origem latina, da junção das palavras sui, que significa “si mesmo”, e caederes, de significado “ação de matar”. Sendo assim, tal conotação específica refere-se ao ato voluntário por parte de um indivíduo ao provocar sua própria morte.” _ Fonte: Tempo Presente
O suicídio sempre foi um assunto muito delicado. Como cita a Drª. Alexandrina Meleiro,
“Em medicina, classicamente, era considerado uma atitude covarde de uma pessoa fraca que diante dos problemas da vida escolhia fugir de forma drástica em vez de enfrentá-los. A proximidade de alguém que decidia dar cabo à vida deixava todos perplexos e perguntando se nada poderiam ter feito para evitar um gesto tão tresloucado.
Hoje, a medicina entende o suicídio dentro de um contexto absolutamente diverso. Sabemos que o cérebro funciona às custas de uma série de substâncias químicas que são liberadas para integrar os circuitos de neurônios chamadas neurotransmissores e que têm importância muito grande no ato final do suicídio.”
No Ocidente, sabemos que o suicídio é considerado um ato de desespero, ou até mesmo covardia, diante de situações em que o indivíduo, em última instância, busca a morte como a única saída para a fuga de problemas dos quais não foram capazes de enfrentar. Uma vez li um trecho intrigante em que alguns psicólogos chegaram a ligar à teoria darwiniana a questão suicida, afirmando que “existem genes que favorecem a atividade suicida e, de acordo com a teoria de Charles Darwin, estes, naturalmente, devem ser eliminados, pois são genes que não passamos a nossos filhos. Sendo que comportamentos como o dos Kamikazes seriam mantidos e favorecidos, a partir do momento em que esse tipo de atividade estaria voltada para a defesa do grupo co-sanguíneo, de uma suposta ameaça e garantiria a perpetuação genética do grupo.” Teoria, esta, considerada um tanto inusitada.
Já no Oriente, suicídio é sinônimo de honra, respeito e orgulho, como apontam alguns estudiosos ocidentais. Em geral, países como o Japão e a Coreia do Sul, tal ação está associada a questões de valores e vingança. Segundo Marina Magalhães B. L. da Silva, “a questão religiosa, neste sentido, é fundamental, pois Budismo e Xintoísmo, diferentemente das religiões cristãs, não trazem o estigma do pecado atrelado ao ato de suicidar-se. O suicídio é visto até mesmo como uma boa maneira de resolver determinadas situações, não sendo visto como um ato de desespero, mas sim de rigorosa abnegação e lucidez.”
Ao contrário do que muitos pensam, o Japão não é o primeiro classificado da lista de países com o maior número de suicidas. Em primeiro lugar temos a Lituânia (31,0 suicídios para cada 100.000 habitantes), seguida da Coreia do Sul (28,1/100.000), Guiana - África (26,4/100.000), Cazaquistão (25,6/100.000), Eslovênia (21,8/100.000), Hungria (21,7/100.000), e finalmente o Japão (21,4/100.000), tendo o Brasil classificado na 70ª posição (4,8/100.000). Dados, estes, verificados desde 2006 até 2013.
Embora o tema abordado em questão seja universal, nosso maior foco é a Coreia do Sul, pois é um país que nos últimos tempos tem aumentado rapidamente o número de suicídios, principalmente entre jovens de 16 a 21 anos de idade – alguns inclusive usam a internet para formar grupos de suicídio. A principal causa seria, segundo pesquisas realizadas, à melhora econômica do país, que impôs uma maior pressão sobre a população em relação ao sucesso financeiro e acadêmico. Recentemente, o Parlamento sul-coreano aprovou uma lei que dá ao governo mais responsabilidade na prevenção do problema. Desde então, diversas iniciativas foram lançadas, como a instalação de telefones de emergência em pontes e, segundo a imprensa local, planos para a criação de centros nacionais de prevenção ao suicídio.
Jogar-se na frente de um trem não é o método mais comum de suicídio. Temos como principais mortes o enforcamento, sufocamento, queda de lugares altos, esfaqueamento, afogamento, envenenamento e “tobikomi” (expressão japonesa utilizada para referir-se a outras formas de suicídio, como jogar-se na frente de um veículo em movimento).
Curiosidade: “se você mora em um grande centro urbano no Japão e utiliza trens para se locomover, já deve ter escutado a expressão “jinshin jiko” para justificar os atrasos frequentes nos trens. A expressão “jinshin jiko” significa “acidente humano”, termo polido que o condutor do trem usa para descrever “alguém tentou se matar”.” _ Fonte: ipcdigital
Um grupo sul-coreano de hip-hop, chamado Bangtan Boys (BTS), composto por 7 membros, sendo 3 deles rappers, e 4 vocal line, fez o seu tão esperado comeback, lançando um MV (music video) bastante questionável. No drama version, que pode ser visto no video acima, eles se transformaram em jovens dramáticos e errantes, cantando sobre uma relação desesperadora e unilateral com uma mulher fria, porém bonita. Enquanto a letra foca nas fortes emoções que aparecem após o término do namoro, o video clipe investiga problemas da sociedade muito mais profundos que a Coreia está atualmente presenciando com os jovens dessa geração, dando à música mais profundidade.
Eles lançaram o MV no dia 19 de abril com seus dois distribuidores oficiais, 1theK e seu canal pessoal, e já acumularam mais de 2 milhões de views. Os fãs, nomeados ARMYs, se surpreenderam com as possíveis interpretações que o video proporcionou. Logo mais, os membros revelaram que haveria uma outra versão, que mostraria o desfecho do drama iniciado neste primeiro clipe. Dando maior polêmica ao assunto, no dia 10 de maio, lançaram, até então, o MV completo e o mais esperado do ano, fazendo com que a boyband ganhasse o seu primeiro prêmio musical desde seu debut (em 2013), no “The Show”. {confira AQUI a versão completa do video clipe legendado}
A original version do single “I Need U” estava prevista para ser lançada com a classificação etária 19+, porém teve que ser editado para +15 antes de seu lançamento. Rap Monster, líder do BTS, tem dado mais dicas durante as promoções do grupo e revelou que pode haver mais uma outra versão para esta música. Será possível a versão alternativa do MV Original nos dar uma estória diferente? {confira AQUI a coreografia da música}
“Estamos satisfeitos com o álbum e a resposta é boa”, disse Suga, que canta ao lado de Jin, J-Hope, Rap Monster, Jimin, V e Jungkook, em entrevista a “Mwave”. Ele falou, na mesma entrevista, sobre “I Need U”, o hit do momento da banda: “Passamos três ou quatro vezes trabalhando nessa música, em comparação com as outras. Há quatro versões diferentes da mesma batida. Foi uma canção que achávamos novidade a cada edição. Deu trabalho, mas estamos satisfeitos com o resultado.”
O mini-álbum “The most beautiful moment in life pt.1″, contendo nove faixas, chegou à segunda posição na parada sul-coreana e ocupou o mesmo lugar na Billboard, na categoria World Albums. Esse mimi-álbum foca na ansiedade e insegurança sentida entre os jovens, bem como a importância e a beleza desta época na vida de uma pessoa jovem, criando um conceito novo para o grupo: “Flower Boys”, cuja expressão é utilizada para garotos suaves e românticos. O título foi um trocadilho porque eles estão realmente em campos de flores para fotos teaser do seu comeback. Esta, também, é a primeira vez que o grupo aborda o tema Amor em suas letras, escolhendo se afastar de suas brincadeiras ou conceitos intensos e da coreografia.
Sobre “I Need U”, Rap Monster desabafou no twitter oficial do BTS: “Quando eu estava produzindo a música, a fiz muito triste. Espero que todos possam sentir um pouco das emoções que senti quando a escutar.”
Embora nós, ocidentais, defendemos a ideia de que cometer suicídio não é uma solução para conflitos internos, precisamos tomar o máximo de cuidado possível com o perigo que o etnocentrismo pode nos causar ao criticar um fato relacionado à cultura de um povo. Segundo Marina Magalhães, “na medida em que o suicídio assume um caráter ritualístico e de auto-imolação na cultura oriental, não cabe associarmos a esta análise o ponto de vista de repúdio a este tipo de prática a partir do pensamento tradicional ocidental.”
Sabemos que mesmo sendo um fator de base cultural, é cabível pensarmos a respeito, como fizeram corajosamente 7 garotos sul-coreanos. Em uma sociedade desenvolvida em âmbitos econômico, tecnológico, educacional e político, ainda é bem conservadora. Falar em suicídio na Coreia do Sul, seria o mesmo que tentar discutir sobre o Nazismo com os alemães. Bom senso não é somente sinônimo de esperteza, como também a cura para diversos tipos de males que afrontam o nosso mundo.
A maioria das pessoas citam um possível problema encontrado num dado momento da nossa época, discute e agride o próximo com discursos de ódio, sem nenhum interesse em compreender a opinião do outro. Não apresentam nenhuma proposta para soluções concretas ou nem mesmo tentam estudar sobre determinado male, buscando saber como originou, o motivo, os prós e contras, sendo verdadeiramente parte de um mundo composto por 7 bilhões de indivíduos, e não somente por elas próprias.
É triste constatar que a era a qual estamos vivendo é egoísta e individualista, como retratado no video clipe apresentado anteriormente. Um mundo onde a verdadeira amizade torna-se insignificante diante deste abominável fato. Porém, tudo é possível. A história nos provou que o ódio gera mais ódio, acarretando um ciclo infinito de angústias e decepções. E como parar? Amor é a única possível solução concreta para este grande e vicioso male. Dependerá apenas de cada um ter a coragem necessária em ser o primeiro a arriscar essa difícil tarefa que Deus nos concedeu.
Eu tenho apenas uma certeza: eu não morrerei enquanto não realizar todos os meus sonhos. Eu amo cada pedacinho desse mundo. Amo as pessoas. E, por isso, devo ensiná-las o valor da nossa melhor arma, até então desconhecida e desprezada pelo homem: o Amor.
Nota: estas e outras informações sobre o grupo BTS, você encontrará aqui: Bangtan Brasil
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