terça-feira, 7 de março de 2017

ESPECIAL: FANFIC {CAPÍTULO V}

Por Safii-chan

Yoo Minna! 

Como semana passada não postamos nada devido ao Carnaval e eu escrevo um capítulo toda sexta para postar no Spirit, para o Blog não ficar atrasado, e também para substituir uma das escritoras que não pôde postar hoje, estou postando esse capítulo, que já estava disponível no Spirit. Essa semana ainda terá outro!

***

ALERTA! CENAS IMPRÓPRIAS PARA MENORES DE 18 ANOS!


Capítulo V: I hate myself




Taeyong precisava de seu amigo. Ele e Jaehyun não se falavam desde o incidente de estupro. Mas ele não aguentava mais ficar longe do outro, por isso procurou-o pela escola. 
- Jae! – Gritou. 
- Já falei que não quero mais ter relações com você. – Cortou-o friamente. 
- Eu queria pedir desculpas. Eu fui um babaca. 
- Não é pra mim que você tem que pedir desculpas. 
- Eu já pedi pro Chittaphon... Na verdade, eu implorei por perdão de joelhos. 
- V-você fez o quê? 
- E eu tentei beijá-lo logo em seguida.
- V-você o quê? 
- Eu acho que estou gostando dele. 
- Lee Taeyong, nós precisamos ter uma conversa séria. 
***
Taeyong e Ten apresentaram o trabalho de forma imparcial, não demonstrando hora nenhuma o clima estranho entre eles. Não se falaram direito desde o elevador, e nem tentaram resolver o problema em questão. O Lee estivera ocupado demais em sua confusão mental sobre o que acontecera, e o tailandês parecia cada vez mais envolvido com seu amigo de infância. 
Ten pensou que se namorasse Taeil, talvez Taeyong saísse de sua mente. Apesar da demora, sentia no fundo de seu coração que o momento em que conseguiria superar o platinado 100% estava chegando. Por isso não se importava mais em trocar carícias com o Moon na frente de todos. 
Eles não namoravam oficialmente. Chittaphon sabia que Taeil só estava esperando o momento certo para pedi-lo em namoro. E ele não hesitaria em aceitar. Já haviam tido diversos encontros, abraçavam-se em público, o que restava era colocar um anel de compromisso no dedo e se beijarem pela primeira vez, o que o tailandês mal esperava para fazer. 
Desde que se afastara de Taeyong, alguns de seus desejos sexuais se afloraram, coisa que ele suava para esconder de seu amado, que era homofóbico até então. Agora, popularmente falando, o que Ten mais queria era ‘dar o cu’. 
Um dia, o diretor pediu para que todos os alunos fossem reunidos no ginásio, por motivo desconhecido. 
- Bom dia, alunos. 
- Bom dia, diretor. – Responderam em uníssono. 
- Chamei-os aqui para falar sobre a Corrida de Caridade. Para os estudantes novatos, todo ano nós realizamos uma corrida para arrecadar fundos para uma instituição de caridade, e esse ano não será diferente. Eu convidei um aluno para falar um pouco sobre a instituição que ajudaremos nessa edição. Moon Taeil, por favor. – O menino de cabelos azuis se levantou do banco e andou em direção ao microfone. 
- Bom dia, gente. Pra quem não sabe, eu sou o Moon Taeil, do terceiro ano. Minha família é responsável por um lar cuidador de idosos, e todo ano nós arrecadamos fraldas, alimentos não perecíveis, medicamentos, agasalhos, cobertores... E é com grande alegria que agradeço pela colaboração do colégio para com a nossa instituição. Eu, junto do Comitê Estudantil, estarei distribuindo panfletos sobre a corrida e instruções para participar. Mas é bem simples: é só procurar algum de nós, deixar o nome junto da doação, fraldas, alimentos, etc., e  comparecer ao dia da competição. Haverá premiação para os primeiros lugares, então não percam! Chamem seus familiares, vizinhos, estão todos convidados!
- Obrigado, Taeil. – Agradeceu o diretor. – Agora eu...
- Ah, eu tenho mais uma coisa para falar. 
- Mais uma coisa? – Indagou em confusão. - Prossiga. 
- Sabe, para fazer isso que estou prestes a dizer, tem que possuir muita coragem. Sei que seremos muito criticados por isso, mas juntos podemos superar qualquer coisa. 
- Do que ele tá falando? – Sussurraram os alunos. Taeil assobiou e o mascote do colégio – uma chinchila – entrou carregando uma caixa de chocolate e balões de gás hélio vermelhos em forma de coração. 
- Desculpa a demora e o momento em que estou pedindo isso, mas... – Respirou fundo. - ... Ten Chittaphon, você aceita namorar comigo? 
Naquele momento, meninas histéricas gritavam de alegria, muitas delas observavam o novo casal em silêncio, apenas shippando e torcendo para que ficassem juntos. Obviamente, o contentamento não foi geral, muitos conservadores se indignaram com o ato, enquanto uma pessoa, somente uma, ficara totalmente sem reação. E este era Lee Taeyong.
Taeyong estava distraído durante a palestra. Sua atenção somente foi atraída quando as pessoas começaram a sussurrar sobre o que estava prestes a acontecer. Quando o ouviu, seus ossos gelaram. O mundo parou por alguns segundos. Conseguia até mesmo escutar seu coração bater em arritmia. Engoliu seco. 
Ten, como dito anteriormente, já sabia que seria pedido em namoro, mas aquilo que Taeil havia feito conseguiu surpreendê-lo demais. Ficou em choque, até que Doyoung empurrou-o para fora da arquibancada, que delirava com o pedido. 
Uma das meninas reclamava com seu namorado que ele nunca havia feito algo assim por ela, e olha que eles eram um casal hétero. Imagina a coragem necessária para pedir seu parceiro homossexual em namoro. 
- ACEITA, ACEITA, ACEITA. – Gritava a plateia. 
- E-eu... – Gaguejou. – A-aceito. 
- AÊ! – Aplaudiram de pé.
Taeil puxou Ten pela cintura, e assim selaram os lábios pela primeira vez, na frente da escola inteira, sambando na cara da sociedade homofóbica e conservadora coreana. O diretor estava descontente, mas não queria interromper o momento deles, pois sabia que seria linchado mais tarde.
Os meninos estavam prestes a aprofundar o beijo, quando um barulho estrondoso foi ecoado no ginásio: um homem robusto, de mãos dadas à uma mulher, entrara brutalmente pela porta. Sua feição era de ódio, o que fez os dois pombinhos recuarem. 
- MAS QUE POUCA VERGONHA É ESSA? – Gritou o de terno grafite. 
- P-pai? – Indagou. 
- Ten Chittaphon, nós o deixamos sozinho na Coreia e é assim que você nos agradece? 
Um silêncio se estabeleceu no lugar. A tensão era evidente. 
- Pai? Por que não me disse que seus pais estavam vindo, Ten? – Perguntou em desespero.
- Porque eles não me avisaram também. 
- Nós vamos para casa. – O velho se aproximou do filho e puxou-o pela orelha. 
- Ai ai, pai, tá doendo. – Disse entre lágrimas. 
- Tio! – Doyoung se aproximou. – Não faz isso com ele. 
- Não se meta! Você é mais um dos amantes dele? 
- N-não. Eu sou o melhor amigo! 
- Continua não sendo da sua conta. – Ele arrastou o tailandês daquele jeito até fora da escola. Jogou-o brutalmente para dentro do carro e arrancou. 
***
No dia seguinte, Ten não foi ao colégio. Seus colegas tentavam ligar, mas seu celular só dava desligado. Doyoung e Taeil estavam desesperados, mas o Lee conseguia estar enlouquecido mais que os dois. 
Passou a noite em claro, pensando sobre o quase beijo com o Ten, seu súbito namoro com Taeil, e agora o pai, que não parecia contente com a cena que vira. 
- Bom dia, alunos. – Proferiu a professora, contudo, a sala estava desanimada demais para respondê-la. – E-eu vou fazer a chamada, então. Byun.
- Presente. 
- Cheng.
- Presente.
- Chin. 
- Ele faltou. 
- Ah, tudo bem. Do.
- Presente. 
- Fang. 
- Presente. 
- Ah, professora, você pulou o Ten.
- Ten? Qual o sobrenome dele mesmo? 
- Chittaphon. – Proferiu Doyoung. 
- Ah, o nome dele está riscado da lista de chamada. Só um minuto que eu vou conferir. 
- Riscado? – A professora saiu por alguns minutos, mas logo voltara para a sala de aula. 
- É, acabei de confirmar com o diretor. Ten Chittaphon pediu transferência ontem à tarde. 
- O QUÊ? – Taeil bateu as mãos na mesa. 
- Tem certeza que foi isso? – Perguntou o amigo. 
- Sim, pelo o que eu entendi, seu pai quer que ele volte a estudar na Tailândia. 
Taeyong surtou. Levantou-se da cadeira furioso e saiu da classe. Correu até o banheiro e trancou a porta. Socou o espelho com extrema força, o que acabou quebrando-o e ferindo sua mão. Mas o Lee não ligou para o sangue que escorria. Ele não ligou, pois a dor de saber que provavelmente nunca mais veria Ten era maior que a dor latente em seus dedos. 
E ele chorou. 
Chorou como nunca na vida. Chorou por arrependimento. Chorou por culpa. Chorou por tristeza. E chorou por saudade. Queria Ten ao seu lado, mas somente percebera agora, quando ele, provavelmente, estava bem longe dali. 
- T-Ten. – Gaguejou. 
Naquela dia, Taeyong não voltara para as aulas. Ficara no colégio até tarde, vagando sem rumo, até que uma figura muito conhecida por ele apareceu em alguns metros. 
- C-Chitta-
Antes que pudesse completar a frase, os dois amigos do tailandês correram para seus braços, mas o moreno nem reagiu. Estava com uma expressão fria, que fez o coração do Lee doer. 
- P-por onde você andou? – Gaguejou entre soluços. 
- Me desculpe, Taeil. Nós não poderemos ficar juntos. Meu pai decidiu que é melhor que eu termine meus estudos na Tailândia, perto dele. 
Taeyong havia se escondido atrás de uma pilastra, longe o bastante para que não o vissem, mas perto o suficiente para ouvir a conversa. 
- C-como assim? R-repentino demais! Você ia embora sem se despedir de nós?
- Claro que não. Meu pai já voltou para a Tailândia. Ele deixou que eu ficasse até o fim da semana para me organizar e despedir de todos. 
- Ten... Por que está tão machucado? – Indagou o ruivo, que acariciou o roxo no lado esquerdo do rosto do amigo. – E essa boca cortada? 
- Eu caí. – Afirmou. – Estava no hospital fazendo os primeiros socorros, por isso não fui à aula. 
- Essas marcas de dedo ao redor do seu pescoço também são do tombo? 
Taeil tocara na ferida do namorado, que rapidamente escondeu o enforcamento com o grosso cachecol – o que era estranho, já que estavam em plena primavera. 
- Isso não te interessa. – Retrucou friamente. 
- Claro que me interessa! 
- Doyoung. – Interrompeu o de cabelos azuis. – Deixa.
- Você vai embora quando? 
- Meu voo é no domingo de manhã. 
- Então precisamos sair na sexta. Nós podemos chamar algumas pessoas, ir em uma pizzaria, fazer uma reunião na casa de alguém. 
- Eu quero ir em uma boate. – Concluiu Ten. – Daquelas que tem até quarto.
- T-tudo b-bem. – Assustou. – Eu sei de uma que podemos ir. 
***
A sexta-feira à noite chegou muito rápido. Taeyong passou o dia seguindo os meninos, para descobrir onde eles iam, já que não fora convidado. Chamou Jaehyun para ir com ele, e assim eles adentraram ao lugar. 
A boate era enorme e estava lotada. Era raro encontrar mesas ocupadas, já que todos estavam na pista de dança. Jaehyun e Taeyong sentaram-se há alguns metros de distância.
- Por que você não vai falar com ele? 
- Ele me odeia, não quero estragar a despedida dele.
- Ele não te odeia. Não foi você que disse que pediu desculpas ajoelhado? 
- Jae, ele falou aquilo da boca pra fora. Até porque, se não tivesse dito, não teria um clima estranho entre nós. 
- Por que você acha que ele não te convidou? Muitos do colégio estão aqui. 
- Porque ele não gosta de mim. – Concluiu o maior. 
- Não, Lee Taeyong. Ele não te chamou porque ainda é apaixonado por ti, mas não quer ter que se despedir de um amor de tantos anos. 
- Ele não gosta de mim mais. Ele aceitou namorar com o Taeil. Seria errado se fizesse isso enquanto pensa em outro.
- Ele só está namorando o Taeil pra poder te esquecer. Agora vai lá na pista de dança e chega nele. 
- T-tá. 
O Lee se levantou e caminhou em direção ao moreno, mas era algo difícil, já que o fluxo imenso de pessoas o atrapalhava. Quando conseguiu se aproximar, se deparou com uma cena que perfurou seu coração como uma espada. 
Ten estava de costas dançando e se esfregando em Taeil, que estava logo atrás. Ele parecia um pouco bêbado, até porque os dois não estavam se importando em fazer tal cena erótica na frente de todo mundo. 
Ele virou-se para o namorado e colocou as mãos ao redor do pescoço dele, iniciando um beijo molhado. As línguas, inicialmente, tocaram-se do lado de fora de ambas as bocas, contudo, logo o moreno havia semiaberto os lábios e Taeil enfiava freneticamente sua língua. 
As mãos do azul percorram o corpo do tailandês, até que encontraram um lugar fixo nas calças dele, apalpando as nádegas por debaixo da roupa. Assim, ele conseguia apertá-las e ao mesmo tempo chocar ambos os corpos, gerando uma fricção gostosa nos membros. 
A cena que chocou Taeyong de fato foi observar os dois se deslocaram até o corredor dos quartos, já com seus instrumentos eretos e exprimidos nas respectivas roupas. Tentava não ligar para o que acontecia, mas era muito difícil. Resolveu continuar na pista, já que muitas garotas bonitas não paravam de encará-lo. Dançava e se esfregava da mesma maneira que os dois amigos, mas não sentia nada. As meninas, por outro lado, pareciam estar enlouquecendo de testão, só que Taeyong não estava feliz. Algo dentro dele dizia que aquilo era errado, então ele parou. Afastou as companheiras e saiu da boate. 
Ele estava tão nervoso e irritado que jogou o copo de vidro que estava em mãos no chão, despedaçando-o.
- MERDA! – Gritou, antes de se abaixar ao chão e desabar em lágrimas mais uma vez. 
Os casal de namorados escolheu o quarto mais luxuoso para ficar. Os moveis eram tão macios que pareciam de seda. Havia um coração de pétalas de rosa em cima da cama e diversos balões vermelhos, também em forma de coração, espalhados pelo chão. Um balde de gelo com champanhe os aguardava. Taeil abriu e serviu-os na taça. Eles trocaram olhares e cruzaram os braços entre si, bebendo daquela forma. 
O maior era impaciente. Tomou o copo do namorado em mãos e jogou-o em cima da cama, arrancando as roupas de ambos rapidamente. Ao fazê-lo, percebeu os diversos machucados que se encontravam no torso do menino. Passou o dedo levemente por alguns e em outros depositou selos. 
- Me desculpa. Isso é tudo culpa minha. 
- Claro que não! 
- Eu e minha mania de querer aparecer... Se eu tivesse pedido você em namoro normalmente, sem precisar ser na frente de tantas pessoas...
- Uma hora meu pai ia acabar descobrindo. E quando ele o fizesse, seria pior para a gente, já que eu iria embora e nós estaríamos muito envolvidos um com o outro. 
- O que aconteceu entre vocês dois?
- E-eu não quero falar disso agora... Vamos, Taeil, eu sou todo seu nessa noite. 
O Moon sorriu com a afirmação do outro, tomando aqueles lábios gostosos para si, enquanto estimulava o membro de seu parceiro com as mãos. Passou a atacar o pescoço, deixando marcas de mordida e chupões, não se preocupando se fossem aparecer mais tarde. Com sua mão desocupada, brincava com o mamilo direito de Chittaphon, que pirava com a quantidade de toques e prazer que recebia. Os gemidos que ele soltava eram música para os ouvidos do maior, que mal esperava para passar para a próxima etapa. 
Levou três dígitos até a boca do tailandês, que chupou-os como se fossem outra coisa. 
O primeiro dedo penetrado foi sofrido para Ten, mas logo ele se acostumou e rebolava pedindo por mais toques. Assim, o Moon colocou o segundo e o terceiro. E o mesmo se repetiu. 
Quando o tailandês parecia urrar de prazer por ter seu interior tocado – sendo aquilo a próstata ou não -, Taeil retirou a mão, o que desapontou o moreno por alguns segundos, porém, outra coisa aguardava para ser usada. 
O de cabelos azuis circundou seu membro ao redor da entrada do namorado. Pegou uma camisinha, que era distribuída aos montes na boate, e colocou-a em si. Impaciente, Ten sentou em cima do outro.
- M-me fode logo. – Gemeu. 
Ele começou o movimento de cima a baixo, enlouquecendo-se e ao namorado.
- Ah, T-Taeyong. 
Taeil gelou. Havia ele ouvido certo? Abriu os olhos e viu um Ten jogando a cabeça para trás de prazer. Empurrou-o, retirando seu pênis de dentro do outro, que ficou confuso com a ação. Somente depois que o tailandês percebeu o que havia feito.
- M-me desculpa, e-eu...
- Então esse é você de verdade, Ten Chittaphon? Um cara que transa com o namorado pensando em outro? 
- T-Taeil, m-me desculpa. Foi inconsciente! 
- Eu sei que você não falou de propósito, mas se disse isso, é porque é o que você no fundo sente. Você não esqueceu o Taeyong ainda, então por que não vai pros braços dele? 
- Porque eu quero você! 
- Eu cansei. Vou embora. – O Moon vestiu as roupas rapidamente e saiu do quarto, deixando um Ten choroso para trás. 
Passou pela saída, se deparando com o Taeyong encolhido no canto e deprimido. 
- Ele é todo seu. – Finalizou, entrando em um táxi e sumindo da vista do ex-platinado. 
***
Aquele sábado foi o mais dolorido na vida de Ten. Nunca viu as horas passarem tão devagar. Não via a hora para ir embora. 
Finalmente, o domingo chegou. Estava no aeroporto acompanhado de Doyoung e Jaehyun. Taeil não aparecera mais. 
- Estou muito triste. – Disse o ruivo, choroso. 
- Youngieee! – Abraçaram-se.
- Sinto muito por tudo isso, Ten.
- Obrigado, Jaehyun.
- O Taeil não vem mesmo? – A pergunta inocente do Jung magoou o tailandês, que tentou sorrir para não preocupar os amigos. 
- Nós brigamos. Imaginei que ele não viria. 
- Vai se arrepender por isso. Não vamos nos ver tão cedo.
- Não se preocupe. Já estamos no meio do nosso último ano escolar. Eu voltarei para cursar a faculdade aqui. Provavelmente farei o primeiro período de um curso lá, e quando for maior de idade, peço transferência para alguma universidade aqui em Seul. 
- Que bom... Mas você não acha que vai se prejudicar transferindo-se agora? 
- Não se preocupe, Jaehyun. O Ten é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, ele vai conseguir se virar. – Completou o Kim. 
- Vou sentir tanta falta de vocês. – Os três enxugaram as lágrimas e se despediram.
Chittaphon caminhava em direção ao portão de embarque, quando foi surpreendido por uma pessoa, que ao longe gritava seu nome.
- T-Taeyong?! – Perguntou confuso. 
- Ten, me desculpe por tudo o que eu te fiz. – Soltou ofegante pela corrida.
- Eu já te desculpei.
- Mesmo assim, eu não quero que você vá embora e eu fique me remoendo para trás. Por isso eu comprei isso aqui para você. – Ele entregou uma caixinha pequena bege, com uma fita dourada. – Só abra quando estiver no avião. 
- P-por quê? 
- Porque ela não tem significado se eu não fizer isso primeiro. – Com as mãos, Taeyong puxou o rosto do moreno para si, tocando os lábios. 
Em choque, Ten não percebeu que o selar se tornara um beijo calmo e terno. Os lábios do maior eram macios e ah, como Chittaphon sonhava em beijá-los. Os dois se separaram, mas ficaram ali, trocando olhares, sem desferir uma só palavra ao outro. O tailandês ouviu a chamada para seu voo, quando resolveu quebrar o silêncio entre eles. 
- Eu tenho que ir agora. – O Lee beijou-o mais uma vez. 
- Desculpa, não sou bom com palavras. 
- Tudo bem. – Suspirou pesado. – Adeus, Lee Taeyong.
- Adeus, Ten Chittaphon. 
Finalmente se separaram. Ten embarcou e sentou-se na poltrona. Quando acomodado, pegou a caixinha que o Lee havia entregue e abriu-a. 
Dentro, um cartão com uma nota escrita. 
‘Te esperarei. 
- Taeyong’
Embaixo, um cordão de prata com um anel pendurado, também de mesmo material, com as letras ‘L’ e ‘T’ gravadas. Ten sorriu com o presente e colocou-o em volta do pescoço. 
Mal sabia ele que, há alguns quilômetros dali, Lee Taeyong usava um cordão de prata com um anel pendurado, com as letras ‘T’ e ‘C’ gravadas. Iniciais de ‘Ten Chittaphon’.

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